Embora não oficial, Papoula – mais conhecida como Pampola – é uma das ruas mais antigas da cidade de Grossos, onde alguns chegam a chamar de bairro pampola. Até hoje esse nome ainda persiste nas mentes dos grossenses apesar dessa rua ser oficialmente Rua Antonio Amâncio. Na década de 40 a 60, quando não havia ainda essa rua completa, mas somente “pedaços” dela, a Papoula ou Pampola como é mais conhecida, era composta de 7 casas de taipa, todas pertencente a Antonio Brito que morava na rua de baixo, essas sete “casas” eram alugadas a mulheres da vida – mulheres sem maridos - o que alguns chamavam aquele local como o cabaré da pampola e este nome (papoula) deu-se devido a um grande “pé” de papoula que ficava em frente a essas casas. Com o passar dos tempos vieram casais para essa rua e logo depois passou a ser uma rua como outra qualquer. A arvore foi cortada em meados da década de 60 para abrir passagem para a estrada de carago. Uma das famílias que morou por muito tempo nessa rua foi a família de José Cícero de Morais (Cícero de Jovem) que comprou uma dessas casas por 220 mil cruzeiros a Antonio Brito. Papoula é uma planta de origem asiática trazida pelos nossos ancestrais devido a forte resistência do clima quente, na época por aqui se via muito dessa arvore de flor amarela e de fruto verde que quando maduro fica preto e cai sujando as frentes das casas. Talvez seja esse um dos motivos pelo qual essa arvore deixou de ser uma opção para arborização das nossas ruas. Cícero de Jovem trabalhou muito tempo de conferente na extinta salina Ramadinha, esta ficava próximo onde é hoje a salina Maranhão. Cícero conta que o trabalho de conferente naquela época era no sistema de Talha, uma talha era completa com 12 carros de mãos de 15 cuias cada, lembra ainda que quando o salineiro – trabalhador que tirava o sal em carros de mão de roda de ferro em cima de uma prancha – completava doze carros, ele gritava para o conferente: “taiou”.
Entrevistados:
José Cícero de Morais
Antonio Fernandes de Azevedo (Antunino)