segunda-feira, 6 de junho de 2011

Proposta do Governo aos trabalhadores em educação: seria cômico se não fosse trágico.

 Por Antonio Renato.
Nada de novo na postura do governo Rosalba, no que se refere ao trato com os trabalhadores em educação em greve. Sua proposta se constitui primeiro numa reedição das suas intenções já conhecidas, ou seja, deixar tudo para o início de setembro; e segundo, esse arremedo de proposta é apenas um pretexto para dar base ao que o governo mais tem feito até o momento, produzir mentiras, na clara intenção de colocar a sociedade contra os professores em particular.
 A pagina do governo na INTERNET e de forma geral a grande imprensa (quem vai controlar a grande imprensa e sua vocação para a mentira?) divulgam, com alarde e com certo espírito de revanche, que o governo do RN, a partir de Junho, vai “pagar o piso dos professores”. Nada mais mentiroso, sórdido e rasteiro; típico de quem é acostumado a vencer as contendas se utilizando dos meios mais torpes e vis. O governo insiste em encarar os professores do Estado como  inimigos.  Malograda sua estratégia inicial, de passar a idéia que o governo não possuía recursos, argumento que caiu por terra diante das evidências e do acesso, ainda que limitado, que a sociedade organizada tem hoje as fontes de arrecadação do governo, o mesmo parte agora para o velho jogo de tentar confundir a opinião pública, usando a “desinformação”.  Aproveita-se do pouco conhecimento que a sociedade, infelizmente, tem sobre o assunto pra tentar construir uma falsa realidade. Alguém, no passado, de triste memória, já fez uso desse expediente.



Na verdade a proposta do governo iria atingir de imediato apenas dois mil professores, que possuem o nível médio. O Estado possui hoje algo em torno de dezoito mil professores na ativa. O fato concreto é que o Governo deixaria de fora, nesse primeiro momento, os professores graduados, que continuaram, e essa é a verdade, sem ter acesso ao piso salarial e, portanto, não contemplados com a lei. A solução para estes, seria postergada para o mês de setembro (como ela deseja) e através de um parcelamento, somente em dezembro teria a integralidade do piso alcançada. Ademais, essa proposta tem um agravante; os professores têm o piso salarial, atualmente completado, com vantagens e abonos. Quando as parcelas, a partir de setembro começassem a constar nos contracheques, o que iria acontecer com os complementos? Isso não ficou bem claro, fazendo-nos concluir que poderia até haver, na prática uma diminuição dos salários.  A proposta ainda não toca na questão dos funcionários de escola como também não faz nenhuma referência à revisão do PCCR dos professores, que de forma geral, pretende colocar os professores, de nível médio e graduado, no mesmo patamar dos demais profissionais do Estado.
Já disse nesse mesmo espaço, e isso tenho certeza é o sentimento de toda a categoria, que a greve embora seja um instrumento das classes trabalhadoras utilizado numa situação extrema, é algo que não desejamos. Contudo, diante dessa proposta do governo, a reação da categoria não poderia ser outra, se não decidir pela continuação da paralisação.  O fato de a mesma ser insuficiente, e num certo grau até provocativa, não nos impede de reconhecer no ato do governo, um avanço, abrindo um canal de diálogo, que, aliás, veio muito mais em função da conjuntura desfavorável que o próprio governo desprovido de habilidade política na relação com as categorias organizadas do funcionalismo estadual, construiu, do que propriamente por iniciativa do governo, que no início da greve mostrava uma postura insensível e truculenta. Esperamos, sinceramente uma mudança nessa postura e que o governo do Estado melhore essa proposta, que de fato atenda as justas reinvidicações dos trabalhadores em educação do RN.
    

Um comentário:

  1. O colega Renato sempre inteligente em suas argumentações.
    Valeu!

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