Ah meu tempo de adolescente. Lembro-me que as segundas era uma alegria só, nossos pais ficavam orgulhosos de verem agente sair todo fardado para a escola e olhe lá se não fosse de farda – calça, camisa e tênis Conga -, quem assim não fosse os colegas tiravam a maior onda, hoje esse costume inverteu-se. O dia 7 de setembro era o feriado mais esperado, fazíamos questão de desfilar, passávamos quinze dias antes ensaiando.
Lembro-me também das minhas férias, corríamos para o mato, íamos atirar de baladeira. Antes porem, já tínhamos passado a tarde do dia anterior fazendo balas de barro, íamos nas levadas e trazíamos as toras de barro, molhávamos e com as mãos produzíamos 50 a 100 balas que ficavam exposto ao sol para secar. Entre uma rolinha e outra caçada nunca faltou as saborosas frutas do mato como: melão Caetano, cana pum, este faz tempo que não vejo, quixaba, carnaúba, juá, castanhola – sem falar que esta após comido a popa, abríamos o caroço para comer o que chamávamos de “coquim” -, frutas do xixique uma verdadeira riqueza da época, disputávamos a balas com os pássaros por uma, amexa, esta disputávamos entre nós mesmos, sem falar nas frutas que encontrávamos pelos caminhos em plantações como; plantações de melancia, melão da terra, batata, milho e o próprio feijão verde .
Ah meu tempo de criança, lembro do primeiro time, não o nome, mas lembro que no campo de areia nós éramos os melhores, tínhamos até torcedora cativa.
Ah meu tempo de criança, entre uma brincadeira e outra nunca faltava o carrinho feito artesanalmente de lata de óleo Soya ou da marca Pageú, dos carrinhos de lata de sardinha, com estes passávamos a manha inteira embaixo de um alpendre puxando areia de um lado pra outro; Eram as caçambas trabalhando nas salinas – dizíamos. O vira-vira apostando figurinhas ou mesmo moedas, castelão, garrafão, o tufo, um contra todos, o tica, o esconde esconde, cai no poço, pula corda, amarelinha, passa o anel, mavé gepê, queimado, passarás e tantas outras brincadeiras inocentes que hoje foram trocadas, mas quanto a isso tudo bem, é um processo natural da evolução.
A tarde saiamos aos montes – 5 ou 6 meninos tudo de mesma idade – puxando roladeiras de latas de leite ninho ou neston pelas ruas de terra vermelha.
Lembro-me de pela manhã, ir buscar água na cacimba para encher os potes, um calão de água – duas latas de água – essa era a tarefa mais castigante da época. Na casa dos meus avós, em A. Alvas percorríamos um caminho de aproximadamente 100 metros até a cacimba – descida na ida e subida na volta – era um pesadelo, subir com um calão não era tarefa fácil.
Lembro-me das raposas que minha avó fazia para eu comer. Feijão com farinha amassado na mão, era assim que agente era iludido a comer. Hoje para iludir uma criança prometem-se coisas inacreditáveis como; coma que eu te compro um Playstation.
Tomar banho com balde, colocar o copo no pé do pote para ficar mais fria – ”gelada” – tomar leite direto do peito da vaca ainda quentinho, essas eram outras singularidades da época.
Nos fins de tarde íamos para o trapiche - cais - acompanhar os movimentos da lancha de Zé Ciliro. Atravessar o rio a nado era o "gela". Os bons nesse esporte era Cateca, Nôna e outros que devem esta espalhado por esse "mundão" de Deus.
Lembro-me das vaquejadas no meio da rua Cel. Solon, não faltava o carrinho de pipoca, de algodão doce, das vendas de pulseiras de pele de animal.
Ah meu tempo de adolescente, das praças muradas, do clube Alvarenga no meio da rua, das TVs públicas, da discoteca Zé de Luzia, do lampião pendurado nos armadores, do namoro vigiado, do beijo proibido, da inocência.
Nos fins de tarde íamos para o trapiche - cais - acompanhar os movimentos da lancha de Zé Ciliro. Atravessar o rio a nado era o "gela". Os bons nesse esporte era Cateca, Nôna e outros que devem esta espalhado por esse "mundão" de Deus.
Lembro-me das vaquejadas no meio da rua Cel. Solon, não faltava o carrinho de pipoca, de algodão doce, das vendas de pulseiras de pele de animal.
Ah meu tempo de adolescente, das praças muradas, do clube Alvarenga no meio da rua, das TVs públicas, da discoteca Zé de Luzia, do lampião pendurado nos armadores, do namoro vigiado, do beijo proibido, da inocência.
Foi bom, muito bom. Hoje tudo isso mudou, as brincadeiras são sentados diante de uma TV com um controle nas mãos, o namoro é um "fica" e o casamento e um contrato de risco.
Hoje corremos o risco de perder nossos filhos entre uma esquina ou outra, antes o medo era de se perder no mato entre uma sabiá ou uma rolinha.
O bom de hoje é o uso para o bem das novas tecnologias. O melhor de ontem era que éramos verdadeiras crianças inocentes; verdadeiramente inocentes...
ha se pudessemos visitar essa epoca, morro de saudades dessse tempo, parece q tudo isso q vc escreveu aconteceu comigo,parabens pelo esse lindo texto.
ResponderExcluirHey! meu amigo das antigas.
ResponderExcluirOs desfiles de 7 de setembro e a A lancha de "Zé Cirilo" São lembranças maravilhosas daquele outro tempo. Realmente, olhando a cultura da geração de hoje é contrastante. Também me vem outras reminiscencias antigas que quero compartilhar: agente jogava na calçada de kichute, voce me deu uma camisa do vasco não sei com que intenção(pois sempre fui flamenguista rsss) e uma casa sem-teto vizinha ao Cel Solon que agente brincava de tica até o dia em que o amigo desabou lá de cima ficando sem fala por alguns instantes. Você me colocou um apelido que eu não aprovei e não gostava que chamassem, vc lembra qual era? rsss
Amigo Zé Roberto, onde estás agora? Lembro-me da casa e da queda, como não! brincava-mos de tica em cima das paredes - era um arte, dizia nossas mães - correndo como gato, nesse dia eu tive até sorte de não ter caido em cima da cerca de arame que ficava ao lado da parede, caí entre a parede e a cerca. Mas não lembro do apelido, ainda bem. Ter um Kichute na época era coisa de moda, um kichute servia para tudo, jogar, passear, etc, esqueci estes pequenos detalhes, mas não tem nada não, serve para a próxima.
ResponderExcluirfaltou o piricau,a buçanha feito do coco, os canabuins, melancia da praia, melao caetano,fruta de xique-xique outras comidas da nosssa infancia. rsrsrsrsrsrs
ResponderExcluirEntre a cerca de arame farpado e a parede eu não lembrava. Acho que D. Toinha nunca soube disso rssss
ResponderExcluirAmigo estou morando em Morando em Mossoró há muitos anos com a família.
Mas, sempre mantive os laços com a terrinha pois, tem muita gente da familia aí, e tenho um caso de amor com Pernambuquinho praia onde tenho ido todos os fins de semana.
Um abraço e segue meu E-mail para correspondencia: jrnfreire@hotmail.com
Brincadeira de infancia ha muito não existe mais, lembro-me do aristin, de brincar de banderinha nos canteiros, sete pecados, ir para praia a pé, ronaldo sao tantas lembranças da infancia, e hoje vejo as crianças sendo adultas antes do tempo, meninos e meninas que nao sabem o que é serem livres, porque suas liberdades consistem em culturas da moda, em serem sensuais, em namorar sem compromisso, em existerem sem saberem o que é viver
ResponderExcluirRonaldo Meu velho, parabéns pelo texto e pelo Blog.lEMBRO DAS BRINCADEIRAS DE esconde-esconde e tô no poço. você relembrou a GERAÇÃO inteira dos anos 80.
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