sábado, 28 de novembro de 2009

Poesia Também é Matemática


Minha terra

Minha terra não tem palmeiras onde canta o sabiá, mas em minha terra tem coqueiros e carnaúbas onde a graúna e o anum catam lá.
Minha terra não tem rios ou lagos de agua doce para se beber, mas é cercada de água salgada para se banhar e fazer chover.
Minha terra não tem grandes plantações de cana que geram o branco açúcar para se adoçar, mas minha terra tem as grandes salinas que geram o alvo sal para gosto dar.
Minha terra não tem grandes florestas, tidas como patrimônio nacional ricas em árvores como os bambus, palmitos, a sequóia ou mesmo a seringueira que a borracha dar, mas tem a caatinga que alem de varas dar, o tatu, o peba, o Tejo, a cobra, o camaleão, a nambu e até um tal de preá.
Minha terra não tem indústria pesqueira, onde se comercializa o atum ou o bacalhau, mas na minha terra tem-se um rio de água salgada e qualquer um vai ali com uma rede ou uma vara e pesca, o bagre, o sôar, a saúna, a tainha, o coró, o vermelho, a cururuca, o judeu, a cara-peba, a arraia, o sururu, o caranguejo e outros tantos que cita-los faz até mal.
Na minha terra não tem plantações de trigo, café, soja ou mesmo maracujá, mas se chove, plantamos: feijão, batata, macaxeira, melancia, melão, milho de maneira que todos comem seu mungunzá.
Na minha terra não tem o trem bala ou o metrô para se viajar, mas por aqui todo mundo se conhece e uma carona na moto, carro ou mesmo carroça, ninguem vai negar.
É, é verdade, realmente em minha terra não tem palmeiras onde canta o sabiá, mas tem o mangue que além de ser o berço do mar, tem um canário que canta e que nem ele outro não há.
Minha terra é Grossos, este é meu lá, aqui mim criei, aqui eu vivo e aqui hei de min enterrar.

Prof. Ronaldo C. Josino

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