quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Homenagem a tia Toinha



Na madrugada do dia 26 de agosto de 2009, começou uma chuva fina, porem molhadeira, interessante é que essa chuva surgiu do nada, pois o tempo que conhecemos como inverno já se passou faz mais de um mês.
Pouco antes de amanhecer o dia, o despertador do celular nos acordou, eram 4: 40, a hora marcada para meu menino levantar, tomar banho, trocar de roupa, comer alguma coisa e ir pegar o ônibus dos estudantes, ao pegar a toalha estendida na área de casa, ele comentou:

- Mãe, esta neblinando, uma neblina fina, fria, triste.
Eu, deitado, ouço, levanto-me e vou dar uma olhada.
Já aproximava das 05h00min horas, o dia começava a clarear, porem nada de raio de sol, as nuvens cinzentas não o deixavam sair, geralmente a essa hora estaria correndo um vento frio, porem hoje, não sabia porque, estava quieto, calmo, silencioso, nebuloso.
A chuva fina, fria e longa, queria me dizer algo e eu, na minha total ignorância, não a compreendia.
Algo naquela chuva - que agora passava a ser apenas uma neblina – me prendia a olhá-la. Pelas flechas do portão, vejo passar um homem cabisbaixo, um cachorro molhado e uma mulher enrolada em uma roupa de chuva de cor amarela, todos, inclusive o cão, pareciam assustadoramente, tristes.
Com um guarda-chuva acompanho meu filho até a parada do ônibus, na rua tudo calmo, silêncio total. Na parada do ônibus encontro um de meus alunos:
- Ei, professor, hoje tem aula?
- Porque não? Indaguei.
- acho que não, pois hoje de madrugada faleceu uma professora, tia Toinha. Ele respondeu.
Nesse momento não disse mais nada, veio na minha mente o entendimento do que essa neblina que chamei de nebulosa queria dizer. Fiquei pensando no seu significado, entendi que o mundo estava a lamentar e chorava uma grande perda, a perda de uma grande professora, e então veio a imagem na minha mente da minha primeira professora.
Tia toinha, professora dedicada, exemplar, professora de riqueza de espírito, minha primeira tia.
Professora de coração, de sangue, de emoção.
Professora bondosa, sedutora de conhecimento, sonhadora, criadora.
Professora dedicada em fazer e o mais importante, tinha prazer em fazer.
Professora da criança, do adolescente, do adulto, do idoso, professora sem distinção, professora impa.
Professora amável, louvável, doce, compreensiva, inclusiva, verdadeira, justa.
Professora feliz, sorridente, autentica.
Professora de caráter, ética, moral, sem igual.
Professora mãe, pai, participativa, afetiva, comunicativa, instrutiva e de caráter indiscutível.
Professora simples, capaz, audaz.
Professora tua, minha, nossa.
Professora tua e minha.
Professora somente minha.
Professora tia Toinha.
Tenho certeza, que o lugar que Deus reserva para os bons professores, o teu tia Toinha, é sagrado.
Prof. Ronaldo Josino

6 comentários:

  1. Valeu Ronaldo por suas palavras engrandecedora que voce colocou a respeito de Tia Toinha, eocionante ao extremo Deus lhe abençoe

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  2. Ronaldo foi emocionante a sua crônica, fico feliz em saber que voce via minha mãe com bons olhos, pena que muita gente não à via com esses mesmo olhos, mais eu tenho um Deus que ver tudo,Muito obrigado pelos elogios que voce fez pra mamãe, que Deus conserve esse seu dom de inspiração para sempre. Amém. Tia Nira e Pedro

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  3. Perfeita essa homenagem, me emocionei + realmente tia TOINHA merece! Parabéns Ro pela linda homenagem a ETERNA tia Toinha! Pessoa mega ESPECIAL, deixou enorme saudades muitas!

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  4. Valeu prof. Ronaldo, gostei muito, vou ler as outras crônicas.

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  5. Fiquei emocionada! Ratifico suas palavras Ronaldo. D. Toinha (como eu costumava chamá-la) era uma pessoa fascinante!!! Uma edicadora ímpar. Tudo que vocÊ falou e registrou ficará nos nossos corações, porque realmente foi e é a nítida marca da autenticidade, da verdade.
    Sem dúvida, ela deixou muitos ensinamentos, deixou muitos filhos preparados e cientes para a vida, pois ela também era uma exímia conselheira. Parabéns pela profundidade das palavras.

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  6. Sábias palavras! Realmente ela foi tudo isso! Um exemplo de educadora, mulher, mãe e amiga! Eu a chamava por D. Toinha e, quando a encontrava conversávamos bastante. Tínhamos uma excelente empatia. Ratifico com veemência suas palavras, Ronaldo. Parabéns.

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